Crianças trocam experiências sobre agricultura familiar em Araci

24/05/2016
Crianças trocam experiências sobre agricultura familiar em Araci

Crianças, pais, educadores/as e membros da comunidade de Fubá, município de Araci, participaram nessa segunda, 23 de maio, de oficina para construção de horta escolar na Escola Comunitária do Fubá. A atividade foi realizada pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC) como o apoio a instituição internacional Terre des Hommes Suisse (TDH), que atua na defesa e promoção dos direitos das crianças.

A atividade é uma das ações do projeto Construindo Saberes para a Garantia de Direitos à Educação Contextualizada e teve como objetivo reunir o grupo para discutir sobre agricultura familiar, agroecologia e desenvolvimento sustentável. A oficina trabalhou também sobre a questão das hortas, enquanto instrumentos pedagógicos para trabalhar temáticas ligadas à convivência com o semiárido e ao meio ambiente.

O evento contou com a presença da coordenação nacional do TDH, na pessoa de Luciana Pinto e dos técnicos Ana Paula Duarte, Mateus Lima e Francisco Carvalho, do MOC. “A importância do projeto começa pelos temas, ambiente e pelo público que ele se propõe a abranger pelo fato de ser um projeto realizado junto às escolas, comunidades e famílias de agricultores e agricultoras do campo, em regiões que tem índices de IDH e de acesso às políticas públicas mais fragilizadas. O projeto se propõe a fortalecer no âmbito do direito a educação, direito a alimentação, melhores condições de vida para crianças e adolescentes, afetando em vários momentos suas famílias e os grupos de produtores organizados locais”, ressaltou Luciana Pinto.

Segundo Luciana a atividade contribui no aprendizado do aluno, acredita que está em várias dimensões e que entende que a educação é dever do Estado, mas que o projeto influencia na melhoria de qualidade da educação com conteúdos e metodologias apropriadas. “Acho que muito importante também é o aumento da autoestima de crianças, adolescentes e jovens, inclusive entendendo essas crianças como sujeitos de transformação da realidade dentro da comunidade e não simplesmente meros receptores de uma intervenção. É uma criança que acessa a informação com  conteúdo qualificado em relação ao ambiente que ela vive, em relação à segurança alimentar e que ela faz uma influência na própria família sobre a qualidade dessa alimentação, sobre a importância de determinadas práticas e valores ligados, por exemplo, a agroecologia e ajudam a modificar a realidade dessas comunidades”, ressaltou.

 A coordenadora enfatiza ainda que tudo isso aflora a autoestima da criança “Quando mexe na autoestima tem um elemento que é a valorização dos territórios onde elas estão inseridas e a dissolução desse imaginário do Semiárido como uma região improdutiva, associada à necessidade de saída como uma  estratégia de sobrevivência. Gradativamente estamos revertendo esse quadro e acho que é um dos méritos das atividades.”

Ao final do encontro o grupo construiu um canteiro, que teve como passo a passo a preparação do solo, o plantio das sementes e orientações técnicas  de como regar e cuidar. Foram plantadas diversas hortaliças que em breve servirão para saborear a alimentação escolar das crianças.

Por:
Maria José Esteves
Programa de Comunicação do MOC