"Atual conjuntura politica brasileira e os impactos sobre os povos do Semiarido" é tema de reunião com equipe do MOC

20/06/2016

A proposta de se ter um alinhamento sobre a atual conjuntura política brasileira e unificar o pensamento de como as ações do MOC e parceiros na perspectiva de Convivência com o Semiárido estão sendo atingidas e quais as estratégias adotadas, segundo  a coordenadora pedagógica do MOC, Vandalva Oliveira, norteou o encontro que reuniu a equipe técnica do MOC, na Pousada Central, em Feira, nesta segunda, 20 de junho.

A coordenadora geral do MOC, Célia Firmo, trouxe para o encontro alguns elementos, inclusive chamando a atenção para o Ato "O Campo com Gente e com Direitos-em defesa das políticas de convivência com o Semiárido". O primeiro deles aconteceu em Riachão do Jacuipe,  nesse 17 de junho reunindo cerca de mil pessoas a convite de diversas organizações sociais, dentre elas o MOC. Em Santa Luz, no dia seguinte, o mesmo  Ato também reuniu centenas de trabalhadores/as rurais.

"O MOC refletiu com a Asa e em seguida algumas entidades aderiram conosco e resolvemos sair da zona de conforto em relação à crise política, provando nos municípios como ela impacta na vida das pessoas e nas nossas próprias vidas. Foi assim que surgiu a idéia do Ato", ressaltou a coordenadora. Após fazer um caminhar sobre as políticas públicas voltadas para a convivência com o Semiárido, Celia falou ainda sobre a mudança no quadro social brasileiro a partir de 2003, sobre quais os elementos da Agenda Brasil já foram concretizados nesse governo interino e de como a mesma afeta diretamente na nossa vida.

Elisângela Araújo, representando o Fórum Baiano da Agricultura Familiar e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) convidada para o encontro, contextualizou a crise atual, inclusive a mundial. "Entramos num ciclo da quarta guerra, a guerra ideológica", declarou. Elisangela também ponderou que não basta ser equipe e executar um Programa de uma organização social. "É importante ter clareza que cada um de nós devemos ser um agente de transformação" e finalizou falando sobre desafios. "O nosso desafio será a visão dos movimentos sociais e da classe trabalhadora no debate, no esclarecimento de uma perspectiva de um modelo a partir da sustentabilidade social, do desenvolvimento rural com segurança alimentar, qualidade de vida, com oportunidades para todos", concluiu.

Ainda durante o encontro parte da equipe técnica apresentou uma reflexão sobre a cultura do estupro, numa adaptação do texto "Estupro Geral" de Frei Betto, e do salmo "Da Pessoa que vê a Realidade e não se Cala" , do padre nicaraguense Ernesto Cardenal. Falaram sobre o sistema que não pratica justiça, que persegue, tortura, que encarcera quem anuncia, flagela quem denuncia...o maldito sistema do estupro. "Somos contra a cultura do estupro" repetiam em coro entre uma e outra consideração. A ação fez parte da Campanha JUNHO FEMINISTA lançada pelo MOC no inicio deste mês que reivindica por justiça social e por não ignorar os altos índices de feminicidio,  estupro, assédio sexual e ameaça às mulheres em diversos espaços.

À noite a equipe se reuniu outra vez em Feira, agora no Centro de Formação Comunitária (CFC), para o forró do MOC e parceiros em celebração à festança junina.

Por:
Maria José Esteves
Programa de Comunicação do MOC