Sem Feminismo não há agroecologia. Mulheres rumo ao IV ENA

14/05/2018
Sem Feminismo não há agroecologia. Mulheres rumo ao IV ENA

Em 10 de maio de 2018, aconteceu no Encontro de Agroecologia da Bahia, a oficina de Mulheres na qual contava com mulheres de várias regiões da Bahia, dos municípios de Ubauba, Riachão do Jacuípe, Retirolândia, Campo Formoso, Porções, Maracais, da comunidade de Candeal, do Assentamento Dandara dos Palmares, Rio de Contas, Santo Sé, Uauá, Ipirá, Casa Nova, Serrinha, Jacobina, Camamu, Araci, Juazeiro, Caruaru/PE, Salvador, Presidente Tancredo Neves, Guanambi, Ibirapitanga, Itaí e Caculé. A oficina teve como objetivo dar visibilidade as lutas históricas e as conquistas das mulheres na agroecologia.

Deu início com a ciranda “Oh companheiras me ajudem que eu não posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com vocês ando melhor”, em seguida foi apresentada a proposta a ser trabalhada nessa oficina, afirmando que MULHERES SÃO COMO AGUAS, CRESCEM QUANDO SE JUNTAM, foi a partir dessa perspectiva que voltamos os nossos olhares para as mulheres e agroecologia, entendendo que somos parte desse processo, que sem Feminismo não há Agroecologia e que as mulheres de todos os estados do Brasil irão desaguar no Encontro Nacional de Agroecologia – ENA.

Continuamos com a dinâmica do espelho, em que cada mulher em meio ao trecho da música “Vim para saudar a força feminina, essa força delicada, mas que nos ensina”, se olhava no espelho, analisando quem ela estava vendo.

A partir de duas perguntas norteadoras se apresentavam respondendo, Como é que eu me vejo? O Que o feminismo tem a ver com a agroecologia?

Foi uma roda de apresentações bem duradoura, porém que trazia histórias de 37 mulheres diversas, cada uma de um lugar de fala, com sua história, suas vivências e experiências, que enriqueceram ainda mais o nosso debate.
Partilhas muito generosas e ricas, como trouxeram em uma das falas: “somos espelhos umas das outras”. Entendendo também que o exercício da fala é um exercício feminista que quebra com silenciamento das mulheres".

Seguimos com pouco tempo, mas satisfeitas em poder partilhar umas com as outras um pouquinho de nossas vidas, poder ter voz nesse espaço, enquanto em que em muitos outros querem nos calar. Construímos o “Rio das Memorias”, para dá início Gabi trouxe para nós a história que aconteceu no Congresso Brasileiro de Agroecologia - CBA, onde a mesa só estava composta por homens, e as mulheres cobraram a presença delas na mesa, ao questionar porque não tinha mulheres naquela bancada, eles responderam que as mulheres não tinham nada a ver com a agroecologia, então elas criaram memorias em cartazes, trazendo toda trajetória das mulheres dentro da agroecologia e invadiram o congresso carregando um rio de memorias e com a palavra de ordem, “A nossa luta é todo dia, somos memorias da agroecologia”. Daí foi proposto à construção desse rio com as memórias das mulheres da Bahia para reconhecer assim como nos outros estados nossas lutas e histórias, traçando a linha do tempo das mulheres do nosso território da década de 70 aos anos atuais.

Adentramos a plenária copiando as mulheres no CBA e nos apresentamos antes de todas as outras oficinas, trazendo palavras de ordem (A nossa luta é todo dia, somos memorias da agroecologia, a nossa luta é todo dia sem feminismo não há agroecologia) e músicas que contam a nossa trajetória. Ao final com muita emoção foi entoada a música “Oh Companheira me ajude que eu não posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor...” e íamos trazendo todas as mulheres daquele espaço para nossa roda.




Por: Ádila da Mata
Programa de Gênero do MOC