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MOC no Fórum Social Mundial – FSM em Salvador
18/03/2018
#MOC_PorumSertaoJusto
Resistir
É Criar. Resistir É Transformar. Um
Outro Mundo É Possível! Esse foi o lema que embalou o Fórum Social Mundial (FSM)
2018, que aconteceu em Salvador, Bahia, entre os dias 13 e 17 de março. O Movimento de Organização
Comunitária (MOC) representado pelos membros da sua equipe de técnicos,
coordenadores/as, educadores/as comunicadoras, bem como caravanas com mulheres,
jovens, agricultores/as, empreendedores/as, professores/as entre outros, dos municípios
de sua atuação, esteve presente em diversos espaços do FSM, como marcha,
seminários, mesas redondas e diálogos, partilha de experiências, assembleia e
muitas outras Tendas Temáticas que reforçam as lutas nas diferentes linhas de
ações e trabalhos da instituição, somando conhecimentos, resiliências e esperanças
nesse mundo mais justo e democrático que se acredita.
O
inicio do FSM começou no dia 13 de março com a Marcha Oficial pelas ruas da
Capital baiana, mostrando as cores, resistências, vozes e povos militantes em
busca de um outro modelo de políticas públicas que garantam os direitos de toda
população dignamente. Por isso, por mais democracia, liberdade, igualdade,
equidade de gênero e acesso as todas esferas de diretos, que são negados
diariamente por um modelo capitalista que oprime, centraliza e destroem vidas e
sonhos, que o MOC seguiu em Marcha, por um mundo mais justo.
“O
FSM é sempre um espaço importante para nossa formação política e humana, além
de retroalimentar nossas ideologias e motivações para seguir na luta”, frisou
Célia Firmo (Coordenadora Geral do MOC).
Tenda de Convergência
Agroecológica
Na
manhã do dia 14 de março, no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA, o Comitê de Convergências Agroecológicas, abriu suas
atividades propostas com o objetivo de chamar a atenção para os saberes,
sabores, fazeres e potencialidades dos povos do campo e da cidade que
desenvolvem práticas agroecológicas como modo de vida. A construção das ações
dessa Tenda, nasceu do anseio e organização de entidades que fazem parte da
Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), da Articulação de Agroecologia na Bahia
(AABA) e do Fórum Baiano da Agricultura Familiar (FBAF), a exemplo do MOC, que
contribuiu em todo processo de preparação, realização e disseminação desse
Comitê, que contou com atividades até a manhã do sábado 17.
Na
primeira foi realizada uma mesa redonda, com o tema “O Território como caminho para Agroecologia”. Seguindo com a temática: “Caminhos para
Convergências Agroecológicas - ÁGUA, TERRA: VIDA”, que conta com participação
dos/as debatedores/as Naidison Baptista (Articulação Semiárido Brasileiro),
Irene Cardoso (Associação Brasileira de Agroecologia), Graciete Santos (Casa da
Mulher do Nordeste), Germán Nino (Red Latinoamericana sobre Deuda, Desarollo e
Derechos), além da mediadora Elisângela Araújo (FBAF).
A manhã do dia 15, começou com o debate sobre "Soberania da TERRA, TERRITÓRIO E ÁGUA",
com participação dos/as debatedores Ana Cláudia Carvalho (Federação dos/as
Trabalhadores/as da Agricultura Familiar); Gilmar Ferreira dos Santos (Comissão
Pastoral da Terra); José Moacir dos Santos (ASA) e Rômulo Torres (Red
Latinamericano sobre Deuda, Desarollo), com a mediação de Aelson Almeida
(Universidade Federal do Recôncavo).
Na
tarde deu continuidade com uma roda diálogos com “Vivências para o Bem
Viver no Campo e na Cidade”. Entre as experiências apresentadas estava a de
Agilmario dos Santos acompanhado pela Chamada Pública de Assistência Técnica e
Extensão Rural – ATER MOC, no município de Conceição do Coité, que apresentou a
prática de agroindústria familiar com o Laticínio São Januário. “Estou vivendo
um momento muito feliz, mas de muita luta, dedicação e trabalho”, expressou o
produtor.
“Comecei a trabalhar com laticínio tem 15
anos, depois que fui para o interior, mas sem orientação de forma
desorganizada, através do MOC, que me orientou a procurar o pessoal do SIM, que
são pessoas especializadas no assunto, por que sempre me preocupei com a
segurança alimentar para meus clientes, mas sem orientação, de um ano para cá
mudou muita coisa, o pessoal começaram a me orientar a fazer as coisas certas e
a ter desenvolvimento tanto no sentindo de crescer, como de qualidade. Então
hoje eu tô muito seguro do que eu faço, toda batalha que foi árdua, que foi
muito desgastante, vejo agora a recompensa. (...) A ideia que eu tenho é só
fortalecer, antes eu era sozinho com o MOC conheci também vários parceiros, que
abraça nossa ideia, que tá lutando, mas o primeiro passo e mais importante foi
do MOC, que foi quem me convenceu. Estou vendo mais possibilidades de crescer
essa é minha esperança”, finalizou Agilmario.
Na
tarde da sexta-feira, 16 de março, a Tenda proporcionou um seminário, com um
tema importante para o desenvolvimento sustentável e pela defesa vida. AGROECOLOGIA
X AGROTÓXICOS. Diversos seguimentos, relatos e dados sobre a destruição que os agrotóxicos
causam na natureza e na vida da humanidade, foram apresentados pelo
debatedores/as, assim como mecanismos de transição e transformação desse
sistema com a base dos princípios da agroecologia, que propõe modos de vidas no
desenvolvimento saudável e sustentável. Através da mediação de Marcelino Galo (Coordenador
da Frente Parlamentar Ambientalista) e com os debatedores/as Murilo Souza (Universidade
Estadual de Goiás; Coordenador do Grupo de trabalhos Agrotóxicos e Transgênicos
da Associação Brasileira de Agroecologia - ABA); Kerem Friedrich (Pesquisadora
da Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ); Lia Giraldo (Pesquisadora Fundação Oswaldo
Cruz – FIOCRUZ sobre efeitos dos Agrotóxicos na Saúde); Luciana Khoury (Promotora/
Ministério Público da Bahia); Mauricio Lins Aroucha (Fórum Baiano de
Agricultura Familiar) e Vicente Eduardo Soares (Pesquisador da EMBRAPA na área
de Agrotóxicos).
A
última atividade, no sábado 17 de março, foi com a leitura da Carta Política
das Convergências Agroecológicas construída FSM, depois de três dias de
seminários, diálogos e mesas redondas em volta das possibilidades de construir
caminhos sustentáveis para um outro mundo, com base e em defesa da vida, como
defende a Agroecologia. O momento foi para socializar, refletir e definir o
contexto e conteúdo da Carta, contando com a participação dos debatedores/as:
Célia Firmo (Movimento de Organização Comunitária); Mauro D´bonis (Movimentos
Sociais dos Povos Brasileiros); Fernando Oiticica (FASE); Valda Aroucha
(AGENDHA); Bete Wagner (Frente Parlamentar Ambientalista), sobre a mediação de
Vasco Aguzzoli (Fórum Baiano da Agricultura Familiar), sendo aberta também a
plenária para contribuição desse registro importante das Convergências
Agroecológica para o FSM.
O Comitê se propôs a refletir sobre a transformação social passa pela necessidade de
compreender o significado da agroecologia, que vem propor um modelo de
desenvolvimento que valoriza a vida e a diversidade, ao contrário do agronegócio,
que deixa rastros de exploração e destruição deu continuidade as suas
atividades por três dias, com os seguintes espaços.
MOC – Nos espaços no FSM
Educação do
Campo Contextualizada (Apresentação de experiência do CAT)
A
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) realizou uma atividade no FSM, com a
temática da Educação do Campo Contextualizada (FEEC), direcionando para:
Educação do Campo Direito Nosso, Dever do Estado, na apresentação de relatos de
experiências e debate com a plenária. O MOC participou da mesa com a
apresentação e compartilhamento da experiência do CAT (Conhecer, aprender e
Transformar) através Gileiuda Costa (Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais do
município Santaluz), que ressaltou sobre as ações e metodologia do CAT a partir
do olhar da sociedade civil organizada, na construção e disseminação da
Educação do Campo no Território do Sisal.
A
técnica do Programa de Educação do Campo Contextualizada (PECONTE/MOC) Ana Paula
Duarte também participou desse espaço de construção no víeis da educação no
contexto da realidade semiárida vivenciada pelas comunidades da zona rural,
fortalecendo a luta e enfrentamento contra o fechamento das escolas do campo,
fato que vem ocorrendo mais intensamente em alguns municípios de atuação do
MOC. “Foi muito importante, para a gente falar sobre os desafios. mais ainda
para a gente pensar as expectativas que a educação do campo tem frente aos
desafios do fechamento das escolas do campo”, enfatizou a técnica do MOC.
Juventude e
Incidência Política
Nessa
quinta- feira 15 de março, em Salvador, durante o FSM aconteceu uma oficina de
Juventude e Incidência Política, Troca de Experiência: Um Caminho para
Resistência, realizada pelo MOC em parceria com a Terre des Hommes Suisse - TDH
SUISSE.
A
oficina foi uma ação devolutiva do curso de incidência politica, que a jovem e
técnica do MOC Nayanna Reis junto ao comunicador multiplicador do MOC Breno
Santiago (vice-presidente do conselho de juventude do município de
Retirolândia) vivenciaram em 2017, curso esse promovido por TDH Suisse e TDH
SCHWEIZ.
Para
Nayanna a oficina foi muito importante, pois tiveram a oportunidade de
multiplicar os conhecimentos adquiridos com o curso. “Reafirmamos que nós
jovens somos o presente desse mundo, queremos está presente em todos os espaços
de incidência política, esse é o caminho”, ressaltou a jovem, que contou com a
presença de outros jovens do Brasil, Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Nicarágua
no processo de construção dessa atividade, afirmando assim, o proposito do FSM,
no sentindo de resistir é criar, resistir é transformar, no qual os jovens tem
papel fundamental.
Assembleia
Mundial das Mulheres
Na
atividade exclusiva FSM 2018, na sexta-feira (16) de março, no Terreiro de
Jesus, na capital baiana, a Assembleia Mundial de Mulheres chamou a atenção
para as lutas de enfrentamento a todas as formas de violências contra as
mulheres, como também aos preconceitos, que roubam vidas diariamente,
fortalecendo a busca por mais igualdade, autonomia, liberdade e um mundo mais
justo para se viver.
Nessa
linha, que a Assembleia seguiu com intuito de garantir que as mulheres com
outras agendas políticas no Fórum, estejam liberadas para debater questões de
gênero, pautas feministas e lutas das mulheres, como a criminalização do
aborto, o feminicídio, o combate contra a violência da mulher e o machismo,
entres outras.
Mulheres
de todo mundo participaram da ação. Assim como a equipe e caravanas (Território
do Sisal e Bacia do Jacuípe) dos municípios de atuação do MOC. Para Selma
Glória (Coordenadora do Programa de Gênero do MOC), o FSM proporcionou dias
intensos, que somou e contribuir muita para a participação das mulheres e
outros sujeitos nas atividades e espaço. "Seguiremos resistindo a todas as
formas de opressão (...). São muitas as mãos que se juntam na construção de um
mundo melhor. Seguiremos fortes e combativas!", afirmou Selma.
O
Fórum levou uma diversidade de exposições, além de apresentação e comercialização
de diversos produtos artesanais e alimentos agroecológicos, trazendo toda a
diversidade e riqueza cultural dos povos tradicionais, agricultores/as
familiares, indígenas, quilombolas, comunidades de fundos e fechos de pasto,
pescadores/as mulheres, jovens, crianças, comunicadores/as, educadores/as,
técnicos/as. A Rede de Produtoras da Bahia e Arco Sertão Central, assessoradas
pelo MOC, estiveram presentes disseminando os produtos de seus empreendedores/as
e agricultores/as familiar.
FSM 2018 - O Fórum Social Mundial previu
reunir mais de 50 mil pessoas de 120 países para discutir e definir
alternativas de enfrentamento ao neoliberalismo, aos golpes antidemocráticos e
genocidas que diversos países vem enfrentando nos últimos anos.
O
FSM nasceu em 2001 por organizações e movimentos sociais que, a partir de uma
proposta inicial, se autoconvocaram e mobilizaram para um grande encontro em
Porto Alegre, em contraposição ao neoliberalismo representado pelo Fórum
Econômico Mundial, que ocorria ao mesmo tempo em Davos, na Suíça. O Fórum voltou ao Brasil, após uma fase de intensos debates sobre o futuro das lutas sociais e
do próprio processo FSM, com a perspectiva de servir aos movimentos de
resistência contra o avanço das forças neoliberais e suas investidas contra as
jovens democracias na América Latina.
Por: Robervânia Cunha
Programa de Comunicação do MOC