Árvores de natal com destino social

18/12/2007

Na Alemanha, uma campanha de solidariedade ajuda os cidadãos a se livrarem de suas árvores de natal, que lá são pinheiros de verdade. Uma semana após o Dia de Reis, tradicional data que marca o encerramento das festividades de Natal e Ano Novo, muitas famílias na Alemanha se deparam com o mesmo problema: o que fazer com as árvores de natal que haviam embelezado o ambiente das casas e feito a alegria das crianças, mas agora estão secas, aumentando o perigo de incêndios, e por isso precisam ser removidas.

 

A partir dessa demanda surgiu na pequena cidade de Erkelenz, situada na região Oeste da Alemanha, há mais de trinta anos a idéia de realizar um mutirão voluntário de coleta e aproveitamento dessas árvores, a chamada "Tannenbaumaktion". Quem atualmente encabeça essa iniciativa é Theo Sommer, diretor do Movimento Católico de Trabalhadores (Katholische Arbeitnehmerbewegung – KAB, em alemão). "Todos os anos mobilizamos mais de 60 pessoas, entre adolescentes, jovens e idosos, para recolhermos em um único dia em torno de 500 a 600 árvores de natal. Nesse dia, uma dúzia de carros e caminhões, disponibilizados por empresas e pela prefeitura, circulam pela cidade, recebendo dos voluntários a sua carga de árvores inutilizadas", conta Theo. Desta vez, o mutirão ocorrerá no dia 12 de janeiro.

 

Cada morador beneficiado pela ação é convidado a doar pelo menos dois euros (o equivalente a cinco reais) pelo serviço, mas muitos resolvem dar bem mais, uma vez informados sobre o destino social do dinheiro. Assim, em um único dia a ação consegue arrecadar mais de 2,5 mil euros, algo em torno de cinco mil reais, destinado a projetos sociais no Chile, na África e também no Brasil. Quem recebe um parte desses recursos no Brasil é o MOC – Movimento de Organização Comunitária, que os utiliza para a aquisição de Baús de Leitura, beneficiando crianças e adolescentes da Região Sisaleira, no semi-árido da Bahia. E o destino final das árvores, além de social, também é ecológico. "Fizemos um acordo com um fazendeiro da região, que topou triturar as árvores de graça, utilizando o material orgânico como adubo para as plantações", explica Theo Sommer.

 

“O importante dessa ação para o MOC não é tanto o valor financeiro, mas o simbolismo de fraternidade e solidariedade. São pessoas que mobilizam as escolas e a comunidade e levantam um debate político sobre as desigualdades sociais, contribuindo com ações pequenas, mas significativas para um mundo mais justo”, comenta Naidison Baptista, Secretário Executivo do MOC.

 


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