Intercâmbio do projeto Cisternas nas Escolas aconteceu em Feira de Santana

24/11/2017
Intercâmbio do projeto Cisternas nas Escolas aconteceu em Feira de Santana

#MOC_PorumSertaoJusto

Durante três dias professores e professoras de diferentes lugares e escolas compartilharam saberes e somaram conhecimentos no Intercâmbio e Troca de Saberes e Fazeres do Projeto Cisternas nas Escolas, atividade realizada na 3ª Etapa do projeto, nos dias 22, 23 e 24, na cidade de Feira de Santana, no estado da Bahia. O objetivo seguiu justamente essa linha de criar oportunidades para  os/as docentes partilhar suas práticas e aprofundar as perspectivas de implementação da Educação Contextualizada para o Semiárido.

O encontro foi uma realização da parceria entre a Articulação Semiárido Brasileiro – ASA, Movimento de Organização Comunitária – MOC e o Programas Cisternas nas Escolas. E Iniciou com um assunto extremamente importante, a realidade do país, mas precisamente debatendo sobre a atual conjuntura, com a provocativa: “O que o Semiárido perde com a crise? Mediada por Climério Vale (Coordenador ASA Bahia). As falas e as vozes soaram em torno das perdas de conquistas que vem ocorrendo, assim como o posicionar em luta e defesa dos direitos e garantias de politicas de Convivência com Semiárido, além do papel
  da Educação e dos professores/as nesse cenário.

Os professoras/as que participaram representavam as escolas onde aconteceu a implantação das cisternas, assim como o processo de formação da Educação do Campo Contextualizada com execução do Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia - CEDASB, Articulação Sindical Rural da Região do Lago de Sobradinho - ASS Remanso,
Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido – ARCAS e o MOC. Além de presenças de representações das entidades.

O encontro deu continuidade com animação, dinâmicas e apresentações, assim como uma mesa de debate marcada pela presença de Agnaldo Rocha ( representando a ASA Bahia) discorrendo sobre: Convivência com o Semiárido-Histórias, Saberes e Fazeres no Semiárido brasileiro/baiano; de Felipe Silva (do IRPA) falando da Educação Contextualizada- Concepção, práticas pedagógicas no chão das escolas do campo do Semiárido baiano. Como ainda de Vera Carneiro (Programa de Educação do Como Contextualizada - PECONTE/MOC) fazendo uma síntese de Educação Contextualizada
  aprofundando a Convivência com o Semiárido.

Segundo Agnaldo, que trouxe a história de construção e articulação da ASA, da qual faz parte, com muitas lutas, resistências, ocupações na busca por acesso as políticas públicas como direito, na garantia de uma vida mais digna para o Povo do Semiárido, algumas conquistas foram tomando corpo e mostrando esse outro Semiárido, que sai da era do coronelismo e de combate à seca, passando a construir outro contexto, o de Convivência. “Nós Saímos de uma visão perversa do Semiárido, para mostrar um Semiárido possível (...). E ai a gente construiu uma revolução nesse Semiárido com a ASA”, frisou Agnaldo emocionado.

Esse processo de Convivência vem para quebrar os estereótipos que o campo não é viável, que para se viver bem precisa procurar grandes centros urbanos, realidade que por muitos anos foram apresentadas em vários espaços da sociedade, assim como na Educação do Campo, com incentivo a rejeitar e procurar outros destinos. A fala de Felipe foi nesse sentido, apresentando sua própria história, como exemplo de descriminação do campo. “Vocês percebe como é difícil trabalhar com essa filosofia da Educação Contextualizada?”, questiona Felipe, que frisou muitas questões provocando o pensar dessa pedagogia direnciada.

Um regate de como a educação de disseminou no Brasil foi feito por Vera, expondo na sua fala como a educação era centralizada para poucos e como demorou em se construir educação pública no país. Abordando ainda um pouco do caminho da Educação Contextualizada. “Estamos com 17 anos de Educação Contextualizada para a Convivência no Semiárido. É uma educação que parte do conhecimentos que a comunidade tem, que junto com os/as professores/as constrói  aprendizados, ”, destacou Vera.

No intercambio realizou-se também um carrossel de troca de experiências, por meio da temática: “Saberes e Fazeres do Projeto Cisternas nas escolas: garantindo o direito à água e Educação Contextualizada”, que permitiu que aos participantes contassem suas vivências e ouvissem outras nesse processo de formação e construção dessa Educação diferenciada que está sendo inserida no Semiárido. Seguindo para trabalhos e apresentações de grupos por entidade a partir dessa reflexão.


Por:
Robervânia Cunha
Programa de Comunicação do MOC - PCOM