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Carreata, emoção e histórias de vidas marcaram a passagem da Caravana MOC 50 Anos em Conceição do Coité
09/06/2017
#2017MOC50Anos
#PorumSertãoJusto
A “bonanza” carro símbolo do MOC logo atrás do carro de som, seguida por
carros particulares e vans com suas buzinas extravagantes, juntos percorreram
com os sujeitos do MOC – homens e mulheres do campo, crianças e adolescentes,
grupos de produção, agricultores/as familiares, profissionais de ensino, movimentos
sociais e comunicadores comunitários - várias ruas do município de Conceição do
Coité com muita alegria, fogos de artifício e o entusiasmo que tomou conta dos
participantes e, principalmente, das pessoas que de suas casas e lojas acenavam
em sinal de apoio à Caravana.
“A Caravana em Coite, está linda! Me arrepiei vendo os carros em filas e
o povo do comércio olhando, foguete no céu
tocando, o sol alumiando e alegria na alma! Viva o povo do sertão!!”,declarava
emocionada Bernadete Carneiro, técnica do MOC representando todo o sentimento da equipe.
O sol brilhava insistentemente no céu durante todo o percurso que iniciou
por volta das 14:00h, com concentração no campus XIV da UNEB, onde pela manhã
aconteceu a abertura do evento, oficinas e seminários, e seguiu pelas principais
avenidas da cidade encerrando no Centro Cultural local. Um stand institucional e
grupos de empreendimentos econômicos solidários já aguardavam a comitiva com a exposição
dos seus produtos.
O encerramento da itinerância da Caravana em Coité também aconteceu ali com
um “talk show” ou como costumamos chamar de “conversação conversada” com a
abertura feita pelo diretor do MOC Jorge Nery e com as boas vindas da vice-prefeita
Genivalda Pinto. A coordenadora pedagógica do MOC, Vandalva Oliveira facilitou
a prosa com os sujeitos do MOC que falaram de como a história de ação da
instituição que agora celebra 50 anos contribuiu para mudar a história das suas
vidas.
Colcha de retalhos
Mulheres em diferentes espaços na plateia gritaram palavras de ordem
enquanto outras cantavam e conduziam ao palco um estandarte confeccionado por
elas mesmas em homenagem ao aniversário da instituição. Hiolanny Viola em canto e cordel contou sua
história junto ao MOC, e de sua mãe sua grande incentivadora e educadora do
Projeto CAT/Baú de Leitura, deixando o público emocionado. “Daqui eu não saio,
daqui ninguém me tira. O Sertão é minha casa, meu orgulho, terra querida”,
dizia o refrão de sua música.
“Não falar do MOC no processo da Comunicação Comunitária no Território
do Sisal é negar grande parte da história”, declarou o comunicador Edisvânio
Nascimento. Com samba de roda e poesia, Suely Almeida representou os
empreendimentos econômicos solidários e falou do MOC relacionando parceria, fé
e empoderamento, seguida por jovens multiplicadores de vínculos que trataram sobre direitos.
Empoderamento, quebra de submissão, enfrentamento à violência contra as
mulheres, também foram termos trazidos em sua fala por Eliane de Souza, que
começou seu caminhar junto ao MOC como “Agente de Família” e em movimentos sindicais
há 21 anos. Representando às crianças, Vanessa Lopes, da comunidade de Serrote
falou da sua experiência enquanto integrante do Projeto Parceiros por um Sertão
Justo há seis anos e o quanto já aprendeu sobre seus direitos.
“Meu primeiro contato com o MOC foi em 2011 como educadora do campo e é
assim que gosto de ser apresentada. Sou graduada e tenho algumas pós, mas em
nenhum lugar aprendi mais do que nessa universidade chamada MOC.”, declarou a
coordenadora pedagógica Fabiane Pinto Oliveira, acrescentando: “O MOC me
ensinou a enxergar pessoas como gente, gente que é produtora de conhecimento.
Ouvir de uma aluna que tem uma coisa para nos ensinar, nos mostra que ela
também é produtora do conhecimento, que não estamos fazendo da educação do
campo uma cópia mal feita da escola urbana”, disse.
Como ressaltava Vandalva, a “colcha de retalhos” com histórias das
pessoas que constroem o MOC ia sendo tecida e o público se emocionava cada vez
mais com os depoimentos. “Para mim é um desafio assumir na minha vida que só
tenho a 4ª série, mas com muita autoestima e ousadia digo que minha faculdade é
o MOC. Foi ele que me ensinou a ocupar espaços. Hoje estou em ocupação
nacional, ocupação estadual porque o MOC me ensinou a ocupar todos os espaços
que tenho direitos. Se todas as organizações pensassem bem deveriam ter uma
placa na entrada dizendo ‘Bem vindo MOC, o MOC contribuiu aqui”, ressaltou com
emoção Maria Eliana de Souza, diretora do Sindicato dos Trabalhadores/as da
Agricultura Familiar de Coité que representou ali todos os movimentos sociais
da cidade. Eliana ainda destacou a contribuição do MOC nos anos de luta da
classe trabalhadora e na formação para políticas públicas.
Algumas pessoas e instituições que estavam na plenária também se
manifestaram e disseram como a história de ação do MOC contribuiu para mudar
suas vidas. “A história do MOC é uma história tecida de muitas redes humanas”,
concluiu Vandalva encerrando o evento.
A Caravana MOC 50 Anos já percorreu quatro municípios e mais cinco estão
previstos. Araci, Nova Fátima e Riachão do Jacuípe serão visitados respectivamente
nos dias 04, 14 e 26 de julho próximo. Santaluz e Retirolândia receberão a
Caravana em agosto e a culminância com ato celebrativo acontecerá em Feira de
Santana, nos dias 28 e 29 de setembro, data do aniversário de meio centenário
da instituição.
Por:
Maria José Esteves
Jornalista/Orientadora Educacional
Programa de Comunicação do MOC