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MOC recebeu a visita de um dos seus financiadores internacionais da Áustria
05/09/2019
Durante os dias 02 e 03 de
setembro, o MOC recebeu a visita dos seus financiadores internacionais Crossing
Borders, diretamente da Áustria. Eles são apoiadores e parceiros do projeto ”A
educação do campo contribuindo com o desenvolvimento sustentável em comunidades
rurais”. A coordenadora do Programa de Educação do Campo Contextualizada do MOC,
Vera Carneiro, e a técnica do PECONTE, Ana Paula, acompanharam toda a viagem,
além da tradutora voluntária, Márcia.
A visita teve o intuito de conhecer melhor o trabalho do MOC e acompanhar de perto as ações iniciais do projeto que tem o objetivo de contribuir para melhorar a qualidade da educação oferecida às crianças e adolescentes de comunidades rurais no Semiárido da Bahia, melhorando a qualidade de vida das suas famílias. A comitiva conheceu a mais diversas experiências do projeto Baú de Leitura e CAT, além de ações ligadas a agroecologia desenvolvidas pelo MOC.
“A visita dos apoiadores de
Crossing Borders e ao projeto executado pelo MOC oportuniza um momento de
avaliação e também de troca e reconhecimento dos processos que acontecem nos
municípios, nos quais não se ouve apenas a equipe do MOC, como também e,
principalmente, os sujeitos que fazem a educação do campo contextualizada no
chão da sala de aula e das comunidades rurais. Foi bastante satisfatória, pois
garantiu a escuta dos variados sujeitos que desenvolvem e estão envolvidos nas
ações, como crianças, adolescentes, jovens, gestores municipais, representantes
da sociedade civil, professores e coordenadores da Educação do campo dos municípios
onde o projeto acontece”, ressaltou Ana Paula, técnica do MOC.
“Tenho certeza que posso falar por todos nós quando eu digo que foi muito tocante ver que muitas vidas são melhoradas pelo trabalho que o MOC está fazendo", destacou Marcel, um dos apoiadores internacionais.
Na última segunda (02), os austríacos
visitaram as experiências da propriedade do seu Abel, que é um agricultor
inovador. Ele e sua família conseguiram armazenar mais de 3 milhões de litros
de água através de tecnologias desenvolvidas por eles. Além disso, toda a
família está envolvida na produção de polpas, sequilhos e hortaliças, que são
comercializados em mercados locais e feiras agroecológicas. Hoje ele é
reconhecido por suas inovações e por fazer de sua propriedade um laboratório e
uma vitrine de tecnologias para o desenvolvimento da agricultura familiar no
semiárido.
Os apoiadores internacionais citam a história de seu Abel como inspiração, por sua ação de convivência com o semiárido na sua propriedade. Seu Abel conta um pouco da emoção e da honra em recebe-los em sua propriedade. “Eu me sinto muito honrado em saber que somos capazes de transmitir conhecimentos para as pessoas do outro lado do mundo. É algo inédito, a gente estar aqui recebendo eles de volta e compartilhando nossas experiências com eles, além dessa honra e isso pra mim é uma maravilha, pois isso faz a diferença, a convivência com o semiárido é possível quando você acredita, arregaça as mangas e vai para o campo. E o que muitas pessoas não acreditam é que aqui é bom lugar de se viver, quando se fala que aqui é um paraíso, as pessoas ignoram, sendo que aqui a gente se faz e se identifica. Com simplicidade podemos viver bem, eu posso dizer com muita honra e com muito orgulho que o MOC é propulsor disso tudo, fez com que a gente acreditasse e mostrou que somos capazes de viver bem com aquele lugarzinho que estamos vivendo, então pra mim é uma grande honra”, finalizou seu Abel.
A propriedade de seu Abel é uma
quebra de paradigmas, levando a possibilidades de convivência com o semiárido,
convivência com o meio ambiente, a partir dessas ações que acontecem no nosso semiárido
baiano.
“Essa visita da Crossing
Borders, um parceiro internacional do MOC ao projeto desenvolvido pelo MOC, foi
para nós também de certa forma um auto avaliação, nós estamos finalizando um
projeto de apoio a educação do campo e desenvolvimento das comunidades rurais e
o projeto são desenvolvidos pelos municípios de Baixa Grande, Cansanção, Nordestina,
Quinjingue, Queimadas, Nova Fátima, Santa Luz e Retirolândia. Nós visitamos
algumas experiências do projeto, realizamos uma reunião com a sociedade civil,
gestão, educadores e crianças no município de Retirolândia, mas que contou com
a presença de outros municípios. Também visitamos uma escola em uma comunidade quilombola
e indígena no município de Nordestina, onde desenvolvemos a educação do campo
através do projeto CAT, Baú de Leitura, Horta na escola, atividades de fortalecimento
da identidade local, da escola enquanto um instrumento de desenvolvimento da
comunidade e a escola cumprindo seu papel social. E os seis visitantes da
Crossing Borders, acharam muito positivo o trabalho desenvolvido com o MOC,
avaliaram muito positivamente os resultados alcançados, o enraizamento da
propostas nas comunidades rurais, na escola, nas crianças, na autoestima, na
valorização da identidade, na autonomia dos professores e professoras e da
valorização da vida no campo e sinalizaram uma possibilidade de continuar apoiando
o trabalho do MOC em educação do campo contextualizada e nos direitos de
crianças e adolescentes. Foi uma visita muito importante para nós, em que
podemos também ver os resultados, os frutos das sementes que plantamos nos municípios,
nas comunidades rurais, basicamente com as educadoras/res, coordenadores, sociedade
civil e isso florescer com as crianças, com elas sendo protagonistas de suas
vidas e contribuindo para o desenvolvimento das suas famílias’’, ressaltou Vera
Carneiro, coordenadora do PECONTE.
O grupo de financiadores
ainda dialogou com público envolvido no Projeto (sociedade civil, professoras,
famílias e gestão sobre as políticas públicas para a educação do campo no município,
as dificuldades enfrentadas, os desafios enfrentados pelas comunidades e também
conheceu as histórias de mudanças através do projeto.
Na última terça (03), foi o
momento de realizar a visita na Escola José de Alencar, na comunidade de Tanque
Bonito, no município de Nordestina, onde a equipe do MOC e os apoiadores
internacionais foram recepcionados com muita alegria e entusiasmo por gestores/as,
alunos/as e professores/as com diversas apresentações culturais mostrando a
identidade local da comunidade e seus trabalhos desenvolvidos na escola com a
metodologia do Conhecer, Analisar e transformar (CAT) e Baú de Leitura.
As ações de financiamento
contribuem com projetos sociais de grande relevância para o semiárido, através
do incentivo à construção de políticas públicas de educação do campo para as comunidades
assistidas pelo MOC.
Confere o Vídeo da visita: https://www.youtube.com/watch?v=n65nLf78kaU
Texto e Fotos: Alan Suzart
Comunicação do
MOC