Projeto Comida no Prato fortalece segurança alimentar e geração de renda na Bahia

14/02/2025
Projeto Comida no Prato fortalece segurança alimentar e geração de renda na Bahia

A Rede de Produtoras da Bahia, com o apoio do Movimento de Organização Comunitária (MOC), está à frente do projeto Comida no Prato, uma iniciativa que alia combate à fome e fortalecimento da economia solidária. A ação integra o edital Comida no Prato, que destina mais de R$ 24 milhões para apoiar 100 cozinhas comunitárias em toda a Bahia, garantindo alimentação nutritiva para pessoas em situação de vulnerabilidade social e incentivando a geração de renda para as comunidades locais.

A Rede de Produtoras da Bahia foi uma das iniciativas contempladas pelo edital e, em Feira de Santana, realiza a distribuição diária de refeições à população, de segunda a sexta-feira, ao meio-dia, no bairro Papagaio.

Maria Nilza, integrante da Rede de Produtoras da Bahia, destaca a importância do projeto para a comunidade:

"A Cooperativa Rede Produtora da Bahia acessou o edital Comida no Prato, do governo do estado, e fomos contempladas. Hoje, atuamos em cinco cozinhas comunitárias: uma na sede da cooperativa, no bairro Papagaio, e as demais em comunidades rurais. Essas cozinhas são gerenciadas por grupos de mulheres e associações da cooperativa, e a distribuição dos alimentos acontece diretamente nessas comunidades. A busca ativa identificou as famílias em situação de insegurança alimentar, e, infelizmente, a demanda é muito grande. Gostaríamos de atender mais pessoas, mas temos um limite. Ainda assim, já distribuímos cerca de 60 mil quentinhas e temos a expectativa de ampliar nossa atuação com mais duas cozinhas em breve."

Além da segurança alimentar, a iniciativa fortalece a geração de renda para mulheres envolvidas no preparo das refeições. "Cada cozinheira envolvida no projeto garante sua renda ao mesmo tempo em que mata a fome de quem mais precisa. É gratificante ver a alegria e a satisfação das pessoas que recebem essa comida, e saber que nosso trabalho faz a diferença", reforça Maria Nilza.


O edital Comida no Prato vai além da alimentação. Ele promove o acolhimento e a humanização das famílias atendidas. "Na medida em que cadastramos as famílias, identificamos dificuldades que vão além da falta de comida. Encontramos pessoas sem documentos, mães com dificuldades para levar seus filhos à escola, e o projeto possibilita a criação de uma relação de proximidade e confiança. Já trabalhamos com outros projetos sociais, mas o Comida no Prato tem um diferencial: não é apenas a entrega da refeição, é a construção de vínculos com as pessoas atendidas", explica Maria Conceição Borges, presidente do MOC.

Moradora do bairro Papagaio, Diana destaca o impacto do projeto: "O Comida no Prato é muito importante para o bairro, trazendo muitos benefícios para famílias carentes. Eu sou uma das beneficiadas e, para nós, é essencial ter um almoço de qualidade garantido. Isso faz diferença no nosso dia a dia e nos ajuda a economizar."

O projeto também prioriza a compra de insumos diretamente de pequenos agricultores, fomentando a economia local. A logística de distribuição dos produtos conta com o apoio técnico do MOC, que auxilia na identificação de fornecedores e no transporte dos alimentos para as cozinhas comunitárias.

Investimento e impacto do Comida no Prato na Bahia

O Programa Bahia Sem Fome anunciou os resultados do edital Comida no Prato, voltado para o apoio às cozinhas comunitárias e solidárias, visando combater a fome no estado. O investimento de R$ 24,2 milhões, ao longo de seis meses, será realizado por meio de 50 organizações (paróquias, institutos, ONGs, redes de mulheres, associações, cooperativas e centros comunitários), beneficiando 100 cozinhas comunitárias selecionadas no edital de chamamento público 04/2023.

O Programa Bahia Sem Fome não se limita à distribuição de cestas básicas, mas busca fortalecer a agricultura familiar para a produção e oferta de alimentos saudáveis, além de fomentar a geração de trabalho e renda. O Bahia Sem Fome é uma iniciativa do Governo da Bahia em resposta à crise nacional que deixou mais de 33 milhões de brasileiros em situação de fome, incluindo 1,8 milhão na Bahia, segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).