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Famílias da zona rural de Feira de Santana tem acesso à água de qualidade através das cisternas de placas de cimento
25/02/2014
No distrito de Maria Quitéria, zona rural de Feira de Santana, muitas famílias estão tendo acesso à água de qualidade através da implantação das cisternas de placas de cimento. Até o presente momento já foram construídas 210 tecnologias, parte de um total de 1.045 cisternas, que devem ser implementadas até o fim desse semestre, através da parceria firmada entre o Movimento de Organização Comunitária (MOC) e a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES). Outros municípios como Tanquinho e Quijinque também integram a parceria e estão recebendo as cisternas, que além de água de qualidade levam também saúde, educação e cidadania para o semiárido.
Na região de Feira de Santana, já é possível perceber as mudanças trazidas junto com as cisternas. Para muitas famílias, a rotina de caminhar longas distâncias à procura de água para consumir em açudes e barreiros, já não existe mais. Com a chegada da cisterna, essa prática vem extinguindo-se da região e assim, aquele tempo que antes era usado para buscar água, hoje já é aproveitado em outras tarefas.
Antes a água consumida não era de origem segura e armazenada pelos açudes e outros reservatórios; muitas vezes era uma água suja e barrenta, em contato com dejetos de animais e outros poluentes. Hoje, com as cisternas essa realidade mudou, pois a água consumida pelas famílias é uma água limpa e de qualidade, que garante a segurança alimentar e nutricional. Dona Maria Luiza Santos, conta que nunca vai esquecer as dificuldades que já passou por falta de água e comemora a cisterna na porta de casa “Imagine, o que era você cozinhar um arroz em uma água barrenta e com lama e olhar depois de cozido, e ele está lá, na panela todo escuro. Se não tinha outro, o jeito era comer aquele. Hoje isso não acontece mais, pois a água que temos é limpa e podemos consumir para a nossa alimentação sem preocupação e com alegria.”, diz.
Além do próprio processo de construção física, as cisternas são tecnologias sociais que envolvem todo um processo de mobilização e articulação social. Esse processo acontece desde o diálogo com as famílias, junto às comissões de recursos hídricos, os cursos de capacitação e acolhida dos pedreiros até aos cursos de gerenciamento em recursos hídricos, cursos para agentes comunitários de saúde, as trocas de experiências e ao próprio desenvolvimento econômico e social.
Cuidar da água – Parte do processo de implementação das cisternas, os Cursos de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH) são cursos que envolvem as famílias beneficiadas para esclarecer mais sobre os cuidados e o controle da água. Ao receber a cisterna, as famílias participam dos cursos e aprendem dicas de como tratar a água e evitar contaminação como, por exemplo, verminoses e doenças.
Elas aprendem os “Mandamentos das Cisternas”, orientações que incluem desde a importância da água enquanto um direito fundamental de todos e todas, como também as formas de manuseio, manter a cisterna sempre fechada e limpeza ao redor dela, utilização de bomba d’ água para retirar a água, limpeza de baldes e vasilhames, tratamento e uso da água da cisterna somente para beber e cozinhar.
Para Seu Antônio Ferreira do Santos a cisterna contribui para diminuir a escassez de água na região, principalmente para o consumo humano. “Agora temos água boa e limpa e é importante a gente zelar da cisterna, mantendo ela sempre tampada e limpa, para assim ter a água guardada todo o tempo”, completa.
Dificuldades- A escassez de água é um dos principais desafios do distrito de São José e outras regiões do semiárido. As famílias que não possuem as cisternas, dependem da água encanada que chega de forma muito irregular, passando dias sem cair uma gota. Não ter água encanada nas residências é um dos critérios assumidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para que as famílias possam receber as cisternas.
Desta forma, muitas famílias não recebem as cisternas, porque já recebem a água encanada. Porém, uma água encanada, com sérios problemas de distribuição e acesso. Para tentar mudar essa situação, alguns órgãos e sociedade civil já discutem propostas e alternativas para que a água de qualidade seja acessada por todos e todas, partindo do princípio que ela é um direito humano e não pode ser negado.
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