MOC lança campanha 21 dias de Ativismo - Pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres Nossa Voz, Nossa Vida!

MOC lança campanha 21 dias de Ativismo - Pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres Nossa Voz, Nossa Vida!

A luta dos movimentos de mulheres e feministas por uma vida livre da violência demarca a aprovação da Lei Maria da Penha em 2006, resultado do ativismo e do exercício da cidadania a partir da atuação das ativistas em espaços públicos denunciando as relações de poder e opressão entre homens e mulheres. Apesar de todo avanço e conquista, ainda constatamos que não há lugar seguro para as meninas e mulheres na nossa sociedade pois a violência está presente em seu cotidiano sendo muitas vezes naturalizada e silenciada, dificultando o rompimento do ciclo. É fato que esta violência é estruturante da desigualdade de gênero, das imposições culturais e sociais do patriarcado e machismo, que trata as mulheres e meninas com inferioridade, que delega aos homens o poder sobre seus corpos e suas vidas, que constitui em principais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seu direito à vida, à saúde e à integridade física e psicológica, resultando no aumento feminicídio.

Segundo a Agência Brasil, casos de feminicídio cresceram 22% em 12 estados durante a pandemia d a COV ID- 1 9 , paralelo aumento das subnotificações devido as medidas e distanciamento e a dificuldade de acessar os órgão de proteção, ocasionando o silenciamento das vítima ao não denunciar dos seus agressores, já que na maioria das vezes acontecem em suas próprias casas, como aponta a pesquisa "Visível e Invisível", do Fórum Brasileiro de Segurança Pública junto ao Instituto Datafolha e com apoio da Uber, quase metade, 48,8%. Essa pesquisa mostra ainda que, uma em cada quatro brasileiras acima de 16 anos, sofreu algum tipo de violência, ao longo dos últimos 12 meses no p a í s , o que representam um universo de aproximadamente 17 milhões de mulheres vítimas de violência física, psicológica ou sexual no último ano. Nessa linha, 08 mulheres agredidas fisicamente a cada 01 minuto na pandemia, com maior prevalência entre mulheres negras, 28,3%.

Os índices apresentam um peso no recorte racial. Das 1.350 vítimas de feminicídio em 2020 (de um total de 3.913 mulheres assassinadas no período), 61,8% eram negras, de acordo com o Anuário 2021. O agravamento dessas violências torna-se visível pela fragilidade de políticas públicas eficazes e permanentes, que promova espaços adequados de acolhimento das vítimas, o acesso à justiça, a punição do agressor, estratégias de prevenção que trabalhem a origem de todas essas diferentes manifestações de violência.

Dessa forma, torna-se urgente o comprometimento do Estado (em todas as esferas) em garantir orçamento para implementar políticas e ações no enfrentar as violências de gênero e raça conta meninas e mulheres. É neste contexto, culturalmente desigual e perverso que o MOC se junta as ativistas do Semiárido na Campanha NOSSA VOZ. NOSSA VIDA. Não as violências contra meninas e mulheres, nos 21 Dias de Ativismo pelo fim da Violência contra as Mulheres. Ressignificar a luta pela vida é uma tarefa de toda sociedade. É urgente! parafraseando Audre Lorde: Não serei livre enquanto alguma mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas. ?