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Intercâmbio Intermunicipal marcou a Culminância do Projeto Cirandando pelos Direitos
18/03/2019
“Cir'Andar
foi o verbo conjugado por diferentes sujeitos de direitos, de diferentes
idades, mas com um único desejo: construir um lugar melhor com a participação
de todas as pessoas”. Esse foi o legado de cinco anos do projeto Cirandando
pelos Direitos desenvolvido pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC) em
parceria com instituição alemã Kinder Not Hilfe (KNH), que realizou na segunda-feira (18) de março, no município de Retirolândia, um Intercâmbio Intermunicipal
dos Aprendizados e Perspectiva da Garantia de Direitos de Crianças e
Adolescentes nos municípios (Retirolândia e Santaluz), como ação para findar a
culminância do projeto, que encerra um ciclo, que não quer dizer um fim de uma
história, mas o começo de muitas construções, a partir dos saberes, fazeres e
conquistas colhidas nessa caminhada, a exemplo desse dia que reuniu crianças,
adolescentes, jovens multiplicadoras, pais/mães e lideranças comunitárias para
compartilharem suas experiências e aprendizados.
Desse
modo, o Intercâmbio que contou com as comunidades de Jitaí (Retirolândia), Miranda,
Mumcabinho e Rose (Santaluz), e foi marcado por trocas de
aprendizados, acerca da garantia dos direitos de Crianças e Adolescentes nos municípios,
bem como o compartilhamento de aprendizagens sobre Tecnologias de Comunicação
implementadas nas comunidades pelas Crianças e Adolescentes, como ainda com o
Lançamento da Cartilha de Sistematização do Cir’Andando pelos Direitos, além da
elaboração e encaminhamento da Carta de Recomendações dos detentores de
direitos para os detentores de deveres e parceiros.
No
primeiro momento, as comunidades mostraram em peças de comunicação, sobre os
resultados de formações que somaram em suas vidas. Mucambinho deu início
relatando em Programa de Rádio sobre os direitos conquistados, e como estes
fazem a diferença na comunidade. Já Rose exibiu um vídeo abordando sobre o
direito da mulher, tendo como protagonista Patrícia, que faz parte do Grupo de Produção da comunidade. Logo após, Miranda levou um Jornal Mural sobre os
direitos que ainda estão negados na comunidade. Por último, Jitái seguiu a
linha jornalística e encenou um Jornal Televisivo, ressaltando em reportagens o
Reconhecimento Quilombola que conquistaram há pouco tempo, com corroboração do
projeto.
Depois
de belíssimas apresentações, Edisvânio Nascimento (Graduado em Comunicação
Social e Mestre em Crítica Social) palestrou e refletiu sobre as Tecnologias da
Comunicação com foco na Comunitária, destacando em seu discurso que tecnologia
é tudo aquilo que nós produzimos para convivermos melhor em uma sociedade, sendo isso
é fundamental, provocando ainda que essa tecnologia vai muito além de aparelhos e
meios de comunicação, mas são instrumentos de formação e empoderamento cidadão e cidadã. “É
disso que nós estamos precisando, pensar a partir de nossos conhecimentos, do
diálogo com a nossa comunidade, das pessoas, pois precisamos muito dessa chave
tecnológica fundamental, o ser humano(...). Comunicadores somos nós que estamos
dialogando em nossa comunidade, para pensar em como usar essas ferramentas, as
tecnologias, em favor de vocês e das comunidades”, frisou Edialânio complementando que a mudança
precisa estar de dentro para fora.
Uma
parte esperada do dia foi o Lançamento da cartilha, sistematizada pelas
comunidades em volta dos seus Direitos conquistados. “Nós queremos lançar a
cartilha, a cartilha que resume a história da conquista de direitos das
comunidades, e nós temos orgulho de dizer que essa cartilha foi construída a
mais de 50 mãos. Essa cartilha traz a culminância do projeto, de forma muito
simples”, enfatizou Vandalva Oliveira (Coordenadora Pedagógica do MOC), lendo
algumas linhas que costa na apresentação da cartilha.
“A
presente publicação é parte da avaliação do projeto Cir'Andando pelos Direitos
a partir do olhar de crianças e adolescentes envolvidas nas ações. Sua
elaboração foi produto das oficinas de escuta qualificada, narrativas poéticas
e desenhos que falam por si, processo protagonizado pelos sujeitos dos direitos
aqui apresentados. A simplicidade com que eles e elas relatam suas vivências e as
mudanças ocorridas nas suas vidas e na comunidade, desconstroem nossos conceitos
e preconceitos sobre o que e quem sabe, sobre quem e como fazem – acontecer”.
Junto
ao lançamento da cartilha ocorreram alguns agradecimentos. “Eu queria agradecer ao
projeto do MOC, pelos cinco anos que vem plantando sementes boas em nossas
comunidades, e até mesmo de já está colhendo alguns frutos. Eu era muito tímida
no início, e com o projeto comecei a mim desenvolver bastante e os conhecimentos que
ganhei com o projeto é muito gratificante”, contou a Adolescente
Giovana/Miranda/Santaluz. O garoto Gabriel de Jitaí fez seu agradecimento.
“Quero agradecer ao MOC por ter nos ajudado tanto nessa conquista, que agora a
comunidade de Jitaí é uma comunidade Quilombola. E também por implantar a rádio poste
que ajuda muito a nossa comunidade a produzir e ter informação. Obrigada por
tudo! ”.
Vandalva
Oliveira fez agradecimentos especiais, destacando as jovens multiplicadora e
Cloenice Oliveira (Coordenadora de Campo do projeto) como pessoas cruciais
nessa trajetória de êxito do projeto. “Eu desejo que seja da nossa natureza
humana amar, servir, perdoa, cooperar, se solidarizar, se mobilizar e transformar
situações que nós podemos transformar e que seja da nossa natureza sempre
cirandar pelos direitos, muita gratidão”.
E
depois das comunidades construírem e apresentarem as Carta de
Recomendações dos detentores de direitos para os detentores de deveres e parceiros, uma grande Ciranda finalizou o encontro. Essa Ciranda é de todos nós!