Projeto "Oxe, Me Respeite!" promove transformação em escolas do Portal do Sertão com diálogo, arte e educação para a igualdade

23/07/2025
Projeto

A construção de um ambiente escolar mais seguro, equânime e respeitoso passa, necessariamente, pela escuta ativa e pela educação para os direitos humanos. É com essa proposta que o Movimento de Organização Comunitária (MOC) está à frente da execução do projeto “Oxe, Me Respeite! Nas Escolas”, que vem sendo desenvolvido em 40 unidades da Rede Estadual de Ensino no território Portal do Sertão, incluindo escolas de Feira de Santana, Irará, Santa Bárbara e Amélia Rodrigues.


A ação integra o programa estadual “Escolas Seguras Para Elas”, coordenado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM) em parceria com a Secretaria da Educação (SEC) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). O público prioritário são estudantes do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, com a formação de uma turma por escola.

“A metodologia do projeto é participativa, baseada em conteúdos da Organização Mundial da Saúde e em princípios dos direitos humanos”, explica a educadora social Laila Beirão. 

“Trabalhamos temas como gênero, raça, etnia, direitos sexuais e reprodutivos. São assuntos que atravessam a vida de todos nós”.

Para facilitar o diálogo com os jovens, o projeto utiliza ferramentas como o Teatro do Oprimido, improvisações teatrais e produções gráficas. A proposta é fomentar o pensamento crítico e promover espaços de escuta, especialmente em relação às desigualdades estruturais de gênero.

“A reação dos estudantes é muito positiva. Eles são participativos e demonstram real interesse pelos temas”, relata Laila. “Em uma das oficinas, discutimos as desigualdades de gênero entre homens e mulheres. Os meninos se engajaram tanto que quiseram compartilhar o material nas redes sociais para que outras pessoas também tivessem acesso àquele conteúdo”.

Além dos estudantes, o projeto envolve professores, familiares e gestores escolares. Para a diretora pedagógica Edjan de Almeida, do Colégio CPM Diva Portela, a proposta foi recebida com entusiasmo. “Quando conhecemos o projeto, acolhemos de imediato, porque vimos o quanto ele é necessário para a nossa comunidade escolar”, afirma.


Segundo Edjan, as mudanças no comportamento dos estudantes já são perceptíveis. 

“Notamos avanços especialmente em turmas que já haviam enfrentado conflitos relacionados ao desrespeito. O projeto trouxe um novo olhar sobre o papel da mulher e sobre a importância do respeito mútuo”.