Publicações
- Inicial
- Publicações
- Geral
Agricultores buscam agregar valor à mandioca
31/01/2005
Irará é uma pequena cidade na parte mais tórrida do sertão baiano, a 137 km de Salvador. É o lugar onde nasceu Tom Zé, companheiro de Gilberto Gil e Caetano Veloso, pioneiro no palco da Tropicália. O município está entre os maiores produtores de mandioca no Estado, e com isso também contribui para que o Brasil seja o maior produtor mundial, colhendo aproximadamente 30% de toda a mandioca consumida no mundo em cerca de dois milhões de hectares plantados.
Lá mora Juscelino Lopes, um jovem agricultor com espírito de empreendedor de 22 anos que ainda vive com os pais e gosta muito da vida no campo. Juscelino faz parte do Projeto Juventude e Participação Social, desenvolvido pelo MOC. "No município existe uma boa produção de farinha e beiju, mas não há mão de obra qualificada para produzir os subprodutos da mandioca", observa. Sendo plantada por pequenos produtores, o cultivo da mandioca em Irará se destina, preferencialmente, à produção de farinha para consumo interno. O que falta, segundo Juscelino, é um aproveitamento melhor da mandioca para agregar mais valor ao produto.
Em Irará, os agricultores estão debatendo estas perspectivas junto com a Comissão Ecumênica dos Direitos a Terra (CEDITER) e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), entidades que apóiam os trabalhadores rurais no município. Outro aspecto importante relacionado com o plantío da mandioca, destaca Juscelino, é a utilização da parte aérea da planta como forragem na alimentação animal. As folhas, ramas e os restos de casca ou os desperdícios do processamento da mandioca dão ótima ração animal. No entanto, para conservar estas partes por mais tempo e alimentar os animais na seca, é preciso que passe por um processo de fenação ou silagem. Mas Juscelino alerta que "para fazer feno e silagem a partir da mandioca, faltam conhecimentos e equipamentos aos agricultores".
Uma das iniciativas que podem mudar este quadro é o Programa de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS), desenvolvido pelo Serviço Social Autônomo - Sebrae Bahia, que tem como objetivo reduzir as desigualdades sócio-econômicas regionais, aumentar as oportunidades de trabalho e renda e a melhoria das condições de desenvolvimento humano no município de Irará. No Programa, foram identificadas a mandioca e o artesanato como atividades econômicas de grande potencial para o município.
Saiba mais sobre Irará
O município de Irará foi fundado em 1842, tem 25.531 habitantes e uma área total de 271,7 km². O nome do município tem origem numa palavra da língua Tupi que designa uma espécie de formiga de asas brancas semelhante aos cupins. É uma alteração de "arará", que signfica nascida da luz do dia, pois estas formigas surgem a luz do dia. Além do cultivo da mandioca, destacam-se no município as lavouras de miho e de feijão