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Abrindo um ciclo de debates sobre a comunicação em todo o estado da Bahia, acontece no dia 25 de abril, na Associação Atlética Banco do Brasil,  em Conceição do Coité, o Seminário Regional de Comunicação Pública e Comunitária nos Territórios do Sisal e Bacia do Jacuípe. O evento antecede aos oito seminários regionais que serão realizados como fase preparatória à Conferência Estadual de Comunicação, com data ainda a ser definida.

“Ainda há uma disputa entre os representantes da Sociedade Civil e a AGECOM sobre a melhor data de realização da Conferência e das etapas preparatórias. Enquanto o Governo quer realizá-la antes das eleições municipais, nós avaliamos que precisa de mais tempo para uma mobilização e um debate mais profundo de um tema que não costuma ser abordado na perspectiva da construção de políticas públicas e optamos pela realização em dezembro. Corremos o risco que a pressa do Governo atrapalhe essa mobilização necessária", comenta Klaus Minihuber, coordenador do Programa de Comunicação do MOC e que no dia 18 de abril participou da mais recente reunião do grupo de trabalho encarregado de preparar o processo da Conferência Estadual de Comunicação.

O objetivo do Seminário de Comunicação é aprofundar o debate sobre a democratização da comunicação, identificar os desafios específicos dos Territórios Rurais e construir propostas e demandas a serem apresentadas na Conferência Estadual.

O credenciamento está previsto para as 9 horas, em seguida acontece a abertura dos trabalhos onde os participantes serão divididos em grupos para discutirem os eixos temáticos de Educação para a Comunicação, Produção local de Rádio e TV, Regulamentação e Marco Legal da Comunicação Pública e Comunitária e Fortalecimento da Gestão e Participação Social na Comunicação. No fim da manhã, cada grupo irá expor o resultado das discussões realizadas.

À tarde acontecerá uma mesa redonda com o tema Comunicação Pública e Comunitária – modelos e caminhos para a Região Sisaleira, que fará diálogo com os resultados dos eixos temáticos. Para compor a mesa estarão presentes Juliano Carvalho, Coordenador de Comunicação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Robinson Almeida, secretário de comunicação do estado da Bahia, Marcus Pierry, Coordenador do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia e como mediador do debate, Klaus Minihuber.

Sobre o Comitê – O Comitê pela Democratização da Comunicação da Região Sisaleira foi criado em outubro de 2007, com o objetivo de pensar e desenvolver ações que fortaleçam a comunicação na região. Filiado ao FNDC, é formado por entidades da sociedade civil e pelo Diretório Acadêmico de Comunicação da UNEB (Campus XIV). Para Paulo Marcos, estudante de comunicação da UNEB e radialista o Comitê reavivou a discussão sobre a comunicação na região. “O seminário é o momento de debater de forma ampla a comunicação num todo, uma vez que o debate esteve parado nos últimos tempos”.

Perfil da comunicação na região - Outras ações em prol do desenvolvimento da comunicação marcam o histórico de lutas da região, como por exemplo, a  campanha Nossa Rádio é Comunitária, lançada em 2005 e que tinha como objetivo sensibilizar os movimentos sociais e as comunidades a apoiarem as 15 emissoras filiadas à Abraço Sisal, que atualmente possui oito rádios funcionando com outorga.

Um exemplo de como a comunicação é um serviço que extrapola a simples veiculação da informação, sendo um serviço de responsabilidade social, é a Rádio Santa Luz FM, que mesmo fora do ar presta serviços de formação para comunicadores e acompanha de perto as demandas das comunidades. Há 10 anos a rádio aguarda pela outorga de funcionamento, que deve ser concedida provisoriamente pelo Ministério das Comunicações em alguns meses.

A mídia televisiva é marcada pela experiência da Apaeb Valente que criou a TV Itinerante e posteriormente o Jornal de Valente. Fora do ar desde 13 de junho de 2007, teve o transmissor e equipamentos apreendidos durante a "visita" da Agência Nacional de Telecomunicações juntamente com a Polícia Federal.

Atualmente o Jornal de Valente atua apenas como uma produtora de vídeo, tendo produzido vídeos educativos voltados para agricultores da região, além de um documentário sobre a cultura da Região do Sisal, em parceria com o MOC e a Agência Mandacaru. As perspectivas para retornar ao ar permanecem distantes. Foi estabelecida uma parceria de produção com a TVE Bahia, e com a TV Brasil, que já receberam materiais em vídeo para exibição. “O Jornal de Valente é objeto de pedido de concessão que vem tramitando há dez anos em Brasília, a idéia é implantar uma TV Educativa em Valente para atender a região. Com a criação da Fundação APAEB, o Jornal de Valente está sob sua gestão”, afirma Toni Carvalho, diretor da produtora.

Outra iniciativa seria a TV Cultura do Sertão, em Conceição do Coité, que tem licença para funcionar, mas seus dirigentes afirmam não dispor de equipamentos necessários para retornar ao ar, em virtude de dificuldades financeiras, principalmente para a manutenção mensal de um projeto de TV. Recentemente negou uma parceria com o Jornal de Valente para que ambos fizessem o jornal de amplitude regional.