Monitores expõem talentos durante capacitação

08/10/2008

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) tem se demonstrado espaço de grandes construções e descobertas. Além de contribuir para a formação de crianças e adolescentes que ao longo desses dez anos vem construindo uma trajetória de sucesso, nos mais diversos espaços sociais, o programa é um estímulo não somente para alunos, mas também para os monitores.

O curso de capacitação promovido através do convênio entre o Movimento de Organização Comunitária e Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES), realizado entre os dias 16 e 19 de setembro, no Centro de Formação Comunitária (CFC) em Feira de Santana, foi momento de refletir a cerca do trabalho desempenhado pelos monitores, mas também de explorar a criatividade cada um deles.

O curso tem como objetivo não somente capacitar os monitores sobre a política Nacional de Assistência Social e Sistema de Garantia dos Direitos das Crianças e Adolescentes, mas também avaliar as ações-sócioeducativas da Jornada Ampliada.

Os talentos dos monitores - Como foi mostrado por um grupo de monitores que se uniram a partir da prática em seus municípios e construíram uma paródia sobre mitos e lendas brasileiras, a atividade faz parte da metodologia de trabalho de uma das oficinas realizadas durante o curso, a Oficina de Educação Contextualizada e incentivo à leitura lúdica e crítica, onde aconteceram atividades pedagógicas e lúdicas na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Outras oficinas discutiram a Política Nacional de Assistência Social e o Processo de Desenvolvimento Econômico Infantil.

Para os monitores, desenvolver atividades envolvendo música, teatro, paródias nem sempre foi algo fácil como conta Maria Irene Alves dos Santos, monitora de Teofilândia. “A minha vida mudou depois do PETI, eu descobri em mim habilidades que antes eu nunca imaginava que tinha, mudou minha forma de pensar e conviver com as pessoas. Descobrimos que temos bons  pintores, desenhistas, parodistas, contadores de história. Através do PETI e dos alunos eu me despertei, se  eu não fosse educadora leitora eu jamais teria a oportunidade de me descobrir, hoje eu me apresento em público, canto, faço coisas que eu não fazia antes”, afirma Maria Irene que está há sete anos no Programa.

Os monitores não são professores, mais a sua presença junto aos alunos é de fundamental importância para o desenvolvimento da criatividade das crianças e dos próprios monitores. Vilma Dantas dos Santos, monitora da aldeia indígena Kaimbé Massacará, de Euclides da Cunha, ressalta que a aldeia mudou muito depois do PETI, além de debaterem o Estatuto da Criança e do Adolescente, que antes não era conhecido, as crianças desenvolvem atividades como coral, peças, dança, e os próprios monitores desenvolvem seus talentos.

Segundo Bernadete Carneiro, coordenadora do curso e técnica do Programa de Educação do MOC, há aproximadamente seis anos os monitores do munípio de Euclides da Cunha da Cunha não eram capacitados, e os de Teofilândia há quatro anos. “É muito motivador, estimulador para os monitores estarem renovando seus conhecimentos, avaliando suas práticas pedagógicas e trocando experiências”, afirma. O convênio foi firmado para atender a 450 monitores dos Territórios do Sisal, Bacia do Jacuípe, Piemonte da Diamantina e Feira de Santana no Portal do Sertão, dos quais 150 já foram capacitados.

Incluindo esses 450 monitores, o MOC realiza um acompanhamento pedagógico a 1.776 monitores desses quatro territórios. A próxima etapa de cursos acontece com os monitores do município de Jacobina, de 21 a 24 de outubro no CFC em Feira de Santana. Já o trabalho realizado com as Comissões Municipais de Enfrentamento ao Trabalho Infantil (COMETIS), que também fazem parte do convênio terá suas atividades retomadas a partir de 2009, devido ao período das eleições municipais.

 


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