Feira de Santana é sede de seminário internacional

07/11/2008

Nos dias 05 e 06 de novembro, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), aconteceu o I Seminário Internacional Desenvolvimento Territorial Sustentável e Políticas Públicas de Educação do Campo: Experiências do Brasil e da Espanha. O seminário foi uma realização do Movimento de Organização Comunitária (MOC), em parceria com a Universidade Complutense de Madrid (UCM) e UEFS.

O I Seminário Internacional teve como referência o processo e resultados do projeto de educação do campo e desenvolvimento sustentável no semi-árido, que há mais de 10 anos é desenvolvido no Território do Sisal pelo MOC com o apoio das prefeituras municipais, UEFS e recentemente, Universidade Complutense de Madrid.

Durante dois dias, comunidade universitária, especialistas de educação do campo e desenvolvimento do Brasil e da Espanha, educadores de escolas do campo, organizações da sociedade civil, representantes das secretarias municipais de educação e da secretaria estadual de educação, intercambiaram conceitos, debatendo experiências do Brasil e da Espanha, para juntos propor linhas de trabalho para uma cooperação entre a UEFS e UCM em desenvolvimento local sustentável.

Logo no primeiro dia (05), o momento foi de avaliar e apresentar as experiências concretas de educação no campo. O diálogo de experiências, que discutiu a educação no processo de desenvolvimento, teve a participação de Vera Carneiro, coordenadora do Programa de Educação do Campo, do MOC, Profº Drº José Cárpio da Universidade Complutense de Madri, Espanha e Profª Ms. Nacelice Freitas, da Universidade Estadual de Feira de Santana.

Entrega de Abaixo-assinado - O evento também foi momento de encaminhar demandas. Antes da mesa de abertura, do dia 06, Joelma dos Santos, coordenadora do Projeto Conhecer, Analisar e Transformar (CAT) passou às mãos do Profº José Carlos Barreto, reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana, que compunha a mesa junto a Clóvis Ramos, presidente do Movimento de Organização Comunitária, um documento que manifesta o desejo dos educadores de ser criado o curso de Licenciatura em Educação do Campo.

Joelma considera que a participação no evento foi muito interessante, uma vez que tornou-se uma oportunidade de reflexão maior da prática enquanto professor. “Enquanto educador do campo foi possível ver com um olhar mais ampliado quais são as contribuições que essa formação de educação do campo vem proporcionar aos alunos e as famílias.” A educadora apresentou ainda ao público quais são os impasses, que precisam ser ultrapassados na relação poder público e sociedade civil, desafios e avanços.

Um desses entraves apresentados pelos educadores expressos através da fala de Joelma, é a relação com as secretarias, sendo necessário um diálogo maior. Dentro da sociedade civil não é muito diferente segundo ela. “Os representantes da sociedade civil precisam acompanhar mais as ações desenvolvidas na área de educação do campo dos municípios”.

Experiência de Brasil e Espanha - A segunda mesa dialogou sobre Desenvolvimento Territorial Sustentável e Políticas Públicas de Educação do Campo no Semi-árido, debatendo as experiências do Brasil e da Espanha. Para o Profº José Cárpio, estabelecer linhas de trabalho na perspectiva de intercambiar experiências e conhecimento é muito importante para o desenvolvimento territorial.

“Acredito que o desenvolvimento territorial tem que traduzir-se em desenvolvimento local, por isso a cooperação é tão necessária para que o mundo se auto-sustente, e neste sentido a educação é indispensável para reinventá-lo”, afirma José Cárpio.

Na área de Gênero, a Profª Drª Ana Sabate apresentou como esta dimensão é trabalhada pela Universidade Complutense. Na Espanha, segundo ela, todas as universidades são obrigadas a conter unidades de Igualdade de Gênero. “O papel das universidades é definir valores de igualdade real entre homens e mulheres”, afirma a professora que ministrou hoje (07) uma oficina sobre Gênero.

A Universidade Complutense tem realizado ciclos de conferências, cursos de verão, atividades para reflexão sobre as formas de discussão do modelo de organização capitalista e a questão de gênero.


 


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