Cobertura da mídia sobre orçamento criança é tímida

21/11/2008

Fonte: Agência Mandacaru

“A discussão das políticas públicas para infância não podem ser feitas sem se discutir quanto custam essas Políticas, e esses custos precisam ser, sobretudo, monitorados”. Foi com esta afirmação que Guilherme Canela, coordenador de relações acadêmicas da Agência de Noticias dos Direitos da Infância (ANDI) abriu a discussão sobre o Orçamento da Criança na Agenda da Mídia, durante seminário que aconteceu em Salvador no dia 19 de novembro na sede da Cipó Comunicação Interativa. 

O encontro reforçou que o processo de formulação e execução do orçamento representa um espaço estratégico para o exercício do controle social sobre os gestores públicos e que a mídia tem a função de agregar os principais temas da agenda pública e contribuir para a fiscalização dos governos.

Os participantes do seminário tiveram a oportunidade de conhecer a metodologia de monitoramento da mídia, apresentada pelo coordenador da área de mídia e jornalismo da ANDI. Guilherme afirmou que a metodologia busca quantificar as características de determinados conteúdos de forma objetiva e sistemática, no caso da pesquisa feita pela ANDI e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), foram analisados os conteúdos de textos jornalísticos.

Guilherme Canela afirmou que a cobertura da mídia sobre o orçamento que é destinado ao atendimento dos direitos de crianças e adolescentes ainda é muito tímida e ressaltou a importância das fontes. “É necessário que as fontes de informação percebam o seu papel perante o orçamento criança, notícia se constrói com dois lados”, disse Canela. 

Queda nos números – Em 2003, a ANDI e o Unicef realizaram uma pesquisa nos principais jornais do país. Para identificar como a imprensa estava cobrindo o cenário das políticas públicas direcionadas à criança e adolescente, foram analisadas 3.535 matérias publicadas que abordavam questões referentes à infância e adolescência. A pesquisa concluiu que deste total, apenas 3% abordavam o orçamento criança.

No ano de 2007, um monitoramento desta pesquisa apontou queda nos números. A cobertura sobre o orçamento criança passou para 2%. “Nós precisamos sair de uma discussão individualizada sobre criança e adolescente e partir para uma discussão efetiva de políticas públicas”, comentou Canela.

Qualificação da cobertura – Conforme foi apresentado no seminário, uma das principais hipóteses para a baixa cobertura da mídia é a complexidade do tema. Baseado nisto, a Rede ANDI pretende oferecer aos jornalistas um curso à distância para entendimento da temática, estimulando e ao mesmo tempo qualificando a cobertura. Mais informações sobre o orçamento criança no site www.andi.org.br

 

 


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