Oficina de Sementes provoca debate sobre a importância da segurança da semente

31/08/2009

Entidades se reuniram durante os dias 27 e 28 de agosto para discutir sobre a importância do armazenamento de sementes, na Oficina de Sementes Crioulas, no Auditório da APAEB, em Serrinha. As sementes crioulas, também conhecidas como sementes da paixão, ou da terra, garantem ao agricultor a segurança de conhecer a semente que está plantando, e a qualidade da safra que vai colher. 
 
Pensando nessa segurança as entidades discutiram a importância de potencializar as experiências já existentes, como os Bancos de Sementes Familiares e os Bancos Coletivos. No dia 27 a discussão girou em torno do que as entidades como a Rede Parceiros da Terra (REPARTE) e Movimento de Organização Comunitária (MOC), que organizaram o evento, Fundação de Apoio aos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares da Região do Sisal (FATRES), Associação das Cooperativas de Economia Familiar e Solidária (ASCOOB), APAEB Serrinha e Fundação Apaeb de Valente, estão fazendo de concreto.
 
Experiências Êxitosas - Na tarde do dia 27 os grupos se dividiram e conheceram as experiências de Seu Alexandre, da comunidade de Boa Vista II, e Dona Tereza, da comunidade do Canto, ambas em Serrinha. Seu Alexandre mostrou como faz o armazenamento das sementes em sua propriedade, e a forma diversificada de plantação. Uma das sementes apontadas por ele como a semente da terra, é a do feijão mulata gorda, procurada por muitos agricultores na comunidade. 
 
Para contribuir com a discussão, a oficina convidou Aldo Santos, coordenador do Centro Sabiá e da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Brasil). Para ele um dos elementos interessantes foi o debate a partir das conversas iniciais e experiências de cada entidade. 
 
“Percebi que aqui a dinâmica de guardar as sementes já existia, há um jeito de cuidar independente das organizações, um potencial, e talvez o papel destas entidades seja o de animar, provocar o encontro dessas experiências, despertar para um olhar sistêmico do crédito, produção, e da assistência técnica” afirma Aldo Santos. 
 
Segundo Sebastião Celestino, agricultor da Fazenda Ipoeira, de Serrinha, antes ele pensava diferente sobre aquisição de sementes. “Entendi que ter as sementes crioulas é uma batalha pela qualidade da semente, antes não pensava assim”, ressalta o agricultor. 
 
O caminho a seguir - Diante do debate, as entidades saíram da Oficina com alguns encaminhamentos a seguir durante as suas rotinas. Para Wellington da Silva Oliveira uma das principais ações é o olhar para dentro das próprias entidades. “Esses dois dias foram interessantes porque a gente vai voltar para as instituições com a meta de fortalecer internamente essa discussão, o que vai colaborar para que a Comissão de Sementes busque juntos aos agricultores consolidar políticas públicas de incentivo”, afirma o técnico do MOC. 
 
Outras ações que irão dar continuidade a esse debate será a realização de diagnósticos nas comunidades de atuação das entidades, assessorar e animar as famílias para organização da produção e das formas de armazenamento das sementes e a sensibilização constante dessas famílias para que juntos seja possível propor uma política pública de incentivo a preservação das sementes que além de garantirem a segurança alimentar e nutricional das famílias, fazem parte da tradição e cultura das comunidades. 


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