Projeto Cisternas nas Escolas mobiliza educadores do semiárido baiano

15/10/2009

O I Seminário de Formação de Professores do Cisternas nas Escolas, realizado semana passada em Feira de Santana, foi marcado por grande mobilização dos educadores e coordenadores pedagógicos envolvidos no projeto, que beneficia 13 municípios do semiárido baiano com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
 
Além de debaterem, com entidades e movimentos sociais, o papel da escola na construção de políticas públicas para a região, os professores puderam trocar experiências e afinar os ponteiros para o desenvolvimento do projeto, que é pioneiro no Brasil. A iniciativa visa implantar cisternas destinadas ao armazenamento de água para consumo humano e produção de alimentos nas escolas e nas casas das famílias de estudantes do semiárido. A previsão também é estruturar hortas comunitárias nas próprias unidades escolares.
 
A pedagoga Ana Cristina Ferreira, que atua no município de Iaçu, elogiou a estratégia de mobilização social embutida no projeto. "A idéia de socialização e cooperativismo resulta em vários benefícios para as comunidades", disse. Segurança alimentar, sustentabilidade e convivência com o semiárido foram alguns temas debatidos no encontro, que na avaliação dos organizadores funcionou, sobretudo, como um instrumento para a elevação da autoestima dos profissionais de educação desses municípios. Realizado pelo Centro de Assessoria do Assuruá (CAA), o seminário foi fruto de parceria com o Movimento de Organização Comunitária (MOC) e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes).
 
"O projeto é um desafio que a Bahia assumiu e tem tudo para ser um modelo seguido por outros estados", destacou a superintendente de Inclusão e Assistência Alimentar da Sedes, Ana Torquato. Para o coordenador executivo do CAA, Mário Augusto Jacó, "é preciso desconstruir a visão de que o semiárido é uma terra sem futuro". "A educação funciona com uma base para esta caminhada", completou.
 
Com a iniciativa serão atendidos os municípios de Araci, Boa Nova, Boquira, Central, Chorrochó, Iacú, Ibitiara, Lajedo do Tabocal, Marcionílio Souza, Oliveira dos Brejinhos, Pindaí, Quijingue e Ribeirão do Largo. O Cisternas nas Escolas também é fruto da parceria com a Articulação do Semi-Árido (ASA), Governo do Estado, dentro do programa Água para Todos, e Governo Federal. O projeto integra, ainda, as estratégias do Pacto Nacional "Um Mundo para a Criança e Adolescente do Semiárido", proposto pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
 
Fundado há 19 anos na comunidade de Gameleira do Assuruá, no município de Gentio do Ouro, o CAA é uma organização não governamental de reconhecida luta pela causa da convivência com o semiárido baiano. Em 2005, transferiu sua sede para Irecê. Promover o acesso à água e ampliar o protagonismo dos sujeitos locais no controle e gestão social das políticas públicas são dois dos principais objetivos do CAA, que é membro-fundador da Articulação do Semi-Árido Brasileiro (ASA).

O segundo seminário acontecerá na primeira semana de dezembro, dando continuidade ao ciclo de quatro eventos para a formação dos professores.
 


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