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Seminário Regional com Jovens e Adolescentes sobre Comunicação Comunitária
04/12/2018
“Nós precisamos comunicar
e a partir do chão que a gente pisa”, esse foi o embalo reflexivo que permeou
durante o Seminário Regional com Jovens e Adolescentes de Comunicação
Comunitária, Mobilização Social e Incidência Política, junto com dinâmicas,
cantoria, alegrias, sorrisos, partilhas de vivências e saberes, realizado pelo
Programa de Comunicação (PCOM) do Movimento de Organização Comunitária (MOC),
em parceria com Actionaid, através do Projeto Parceiros/as Por Um Sertão Justo,
no SINTRAF de Conceição do Coité, na segunda-feira (03) de dezembro.
O Seminário teve início
com dinâmica de acolhida e apresentação dos municípios presentes, entre eles:
Araci, Conceição do Coité, Ichu, Quijingue, Serrinha, Nova Fátima e Riachão do
Jacuípe, como ainda Retirolândia e Santaluz, seguindo sobre as belíssimas e
calorosas reflexões de Agnaldo Rocha (ASA/BA-FATRES) e Kivia Carneiro
(PCOM/MOC) envolta do contexto da temática provocada e agraciada por essa
atividade, caminhando acerca de uma comunicação que transforma, que mobiliza e
contribuem no desenvolvimento comunitária, no reconhecimento e valorização da
cultura e identidade local, essa que caminha na controvérsia de uma comunicação
que exclui, que dita regras, modismos e consumismos, além de apresentar o Semiárido com misérias e mazelas. Então fincou-se a provocação de qual comunicação é feita no dia a dia das ações enquanto movimento e comunidade.
Para Agnado Rocha a
Comunicação Comunitária são as formas que cada um se identifica e faz acontecer
na sua realidade, ele traçou um pouco das suas experiências e vivências
destacando as músicas como ‘Por isso vem, entra na roda com a gente’, citou
ainda sobre a poesia, e ainda como trazer a essência do Semiárido pelo registro
fotográfico, uma comunicação que mostra os encantos e belezas das terras por
onde ele pisa desse Semiárido. “Nós temos um desafio em relação a comunicação,
como é que a gente comunica primeiro para dentro, na família, na escola, na comunidade
e depois com consequência ela pode se esparramar (...). A minha forma de
comunicação é mostrar o Semiárido belo que eu acredito, ou na forma da escrita
com um poema, ou na fotografia, na música, mas que seja para apresentar um
Semiárido bonito”, ressaltou Agnaldo Rocha ainda destacando esse Seminário como
um momento revolucionário de recarregar as energias, pois a gente precisa
esperançar fazendo acontecer, isso é resistência e empoderamento.
“Essa comunicação
transforma”. Essa afirmação embasou a reflexão de Kivia Carneiro sobre a
partilha da sua experiência que vem desse grande campo da comunicação comunitária,
os desafios postos e superados, mas sobretudo as transformações que essa
comunicação gera na vida das pessoas, das comunidades, do quanto colabora no
processo da valorização da identidade, da cultura, o quanto constrói conhecimentos
de gerações para gerações. “Quando a gente pensa nessa comunicação coletiva, a
gente pensa na ideia de mobilização, de valorização, de fazer a partir do nosso
contexto”, frisou Kivia Carneiro.
E nesta construção participativa
e de muitas trocas e aprendizados, o dia caminhou para os espaços das oficinas,
trazendo assim as noções técnicas e essenciais da Fotografia sobre a
colaboração de Robson di Almeida (Fotógrafo Profissional de Coité), conhecimentos Radiofônicos na técnica e na
prática com as contribuições de Gilcimar Pereira (Assessoria de Comunicação da
SINTRAF/Coité) e grandes entendimentos sobre Redes Sociais/Digitais e Mídia com
a corroboração de Camila Oliveira (Assessoria de Comunicação da FATRES). Fortalecendo
ainda nessas oficinas o olhar da comunicação comunitária, sobre os meios e
instrumentos que podem dialogar e reforçar esse processo.
Para findar o dia rico em
encantos e saberes teve a socialização de cada oficina, que resultou em
produtos e mostra do que foi aprendido nesse meio de fazer a comunicação
comunitária, popular e como direto, tendo ainda uma avaliação expressa de:
alegria, felicidade, amor, sabedoria, amizade, novos conhecimentos e gratidão,
concluindo-se assim bagagens cheias e energizadas, om muitos incentivos para
serem disseminadas e multiplicadas. “Essa ciranda não é minha só, ela é de
todos/as nós”.
Fotografia
O Fotografo Robson di Almeida apresentou técnicas fotográficas, equipamentos e dicas para composição fotográfica. Fez um momento de troca de experiências nos quais adolescentes e jovens comunicadores/as usaram câmeras profissionais e smartphone colocando em prática o que aprenderam.
“É sempre bom
compartilhar conhecimento, principalmente para jovens e adolescentes que hoje o
mundo oferece muitos caminhos tortuosos, muitos caminhos que são fáceis e o
caminho do trabalho dá o caminho, da dignidade. É gratificante para mim
compartilhar esses conhecimentos com eles, ver a disponibilidade e interesse em
aprender. Essa troca de experiências não apenas eles que estão ganhando mas eu
também ganhei com tudo que vivenciamos aqui”, enfatizou Robson di Almeida.
Redes Sociais/Digitais e Mídia
Camila Oliveira caminhou sobre
os tipos e diferenças entre Redes Sociais, Mídias e Redes digitais, fazendo
analise sobre o que é exposto em cada uma, passando também sobre a rapidez
desses meios de comunicação, como ainda sobre a veracidade do que é postado,
questionando se o que somos e vivemos é de fato publicado nas nossas redes. Em
meio as partilhar de saberes Camila compartilhou suas experiências como comunicadora,
vinda e atuante na comunitária, incentivando nesse sentindo a utilizar essas
redes para além do pessoal, mas como ferramenta de mobilizar e comunicar as
ações que acontecem em nas comunidades seja elas de anúncio ou reivindicação.
“A disseminação de conteúdo
pode ser feita a partir de um vídeo que vocês produzem, de um programa de
rádio, de um boletim, meios que provocam no meio digital vários
compartilhamentos bem distantes das nossas comunidades, e é dessa forma que é possível
massificar e disseminar o trabalho de vocês, só precisamos pensar a quem interessa
a cultura da minha comunidade, a quem interessa o que desenvolvo na Rádio Poste,
para que tenha fundamento no que vai ser comunicado”, disse Camila Oliveira.
Radiofônica
Nessa oficina Gilcimar
Pereira trabalhou os tipos, gênero e linguagem, como a produção básica de
programas para o rádio, abordando conceitos iniciais sobre rádio, dados
históricos, comunidades, cidadania, direitos e mudanças sociais, bem como informações
técnicas sobre a radiodifusão, passando ainda suas práticas e experiências nessa
área da comunicação comunitária.
Os participantes
experimentaram as diversas etapas da produção de conteúdo em áudio, voltado
para o rádio, desde a concepção de programas, elaboração de roteiro, passando
pela realização de entrevistas, gravação de locução, edição, e a execução dos
áudios produzidos. “A ideia foi passar, ferramentas básicas da comunicação para
que possam participar ativamente de todas as etapas do processo da criação à
veiculação de conteúdos radiofônicos em seus mais variados gêneros e formatos”,
expressou Gilcimar Pereira.
Na parte prática, os participantes produziram um programa de rádio no formato jornalístico.