Investidores alemães visitam comunidades rurais e conhecem ações do MOC que fortalecem educação, renda e preservação da Caatinga

24/11/2025
Investidores alemães visitam comunidades rurais e conhecem ações do MOC que fortalecem educação, renda e preservação da Caatinga

Representantes dos fundos alemães Bengo e BNZ visitaram, na última semana, comunidades rurais do Território do Sisal para acompanhar de perto o impacto dos projetos desenvolvidos pelo MOC em parceria com a KNH, organização da Alemanha que financia iniciativas voltadas à proteção ambiental e ao fortalecimento de crianças, adolescentes e famílias em regiões vulneráveis. A visita integra o processo de acompanhamento do Projeto Educativando na Caatinga, reunindo representantes do Governo da Alemanha e financiadores para uma agenda especial de monitoramento das ações apoiadas.

O grupo esteve na comunidade de Serrada, zona rural de Riachão do Jacuípe, onde funciona a Escola Municipal João Araújo Lima. Em seguida, visitaram a propriedade de uma família acompanhada pelo MOC por meio da assistência técnica rural.
Na escola, puderam conhecer de perto o trabalho realizado pelo PECONTE e as experiências de agricultura familiar desenvolvidas pelo PAPAA.

Além disso, a comitiva conheceu outras ações estratégicas do Projeto, com destaque para o Portal Educativando na Caatinga e o Observatório de Indicadores de Carbono, iniciativas desenvolvidas pelo MOC por meio do Programa de Comunicação.

Educação que nasce do território e transforma a vida das crianças

A coordenadora do Programa de Educação do Campo do MOC, Vera Carneiro, explicou que o Projeto CAT tem como eixo central a valorização do território das crianças e a aprendizagem contextualizada:

“O projeto traz um impacto muito forte no desenvolvimento das crianças porque permite que elas conheçam o seu contexto e, a partir dele, aprendam todas as áreas do conhecimento. Aprendem a conviver com o semiárido, a entender as tecnologias de convivência e a buscar, junto com suas famílias, soluções para problemas que investigam na própria comunidade. Isso fortalece o pertencimento, fortalece a identidade e faz as crianças crescerem com perspectiva de vida e continuidade dos estudos”.

A professora Maricelma Oliveira, da escola visitada, destacou as mudanças na relação das crianças com o lugar onde vivem:

“Antes, muitos estudantes achavam que só teriam um futuro se deixassem o campo e fossem para outros estados. Hoje, eles sabem que é possível viver bem aqui, transformar a realidade e melhorar as condições de vida no campo. Temos exemplos concretos disso: melhorias como a construção de um banheiro adequado na escola surgiram das discussões do projeto junto com as famílias e a comunidade. Eles se reconhecem neste território e entendem que podem construir oportunidades onde nasceram”.

 

Preservação da Caatinga e sustentabilidade no centro da agenda

Após a visita à escola, a comitiva seguiu para a propriedade da agricultora Evanice, acompanhada pelo MOC através do Projeto ATER Biomas, que atende 90 famílias no município.

No local, foi possível observar práticas sustentáveis de produção, como criação de animais, cultivo de hortaliças e plantação de palma, atividades que sustentam a família e, quando há excedentes, geram renda extra.

A coordenadora-geral do MOC, Célia Firmo, apresentou o trabalho de monitoramento ambiental e reforçou a importância da Caatinga para o equilíbrio climático:

“A Caatinga é um dos biomas que mais capturam carbono da atmosfera. É um grande filtro natural. Onde as famílias não têm área preservada, estimulamos o replantio de espécies nativas para equilibrar a relação entre produção, meio ambiente e qualidade de vida. Mas o primeiro passo é sempre o acesso à água, porque sem água não há produção, não há alimento, não há replantio. A preservação da Caatinga e a convivência com o semiárido precisam caminhar juntas”.

A técnica do MOC Sidineia Pereira responsável pelo acompanhamento de Evanice, destacou o processo de fortalecimento das famílias:

“Atendemos 90 famílias com visitas constantes, cursos, intercâmbios e formação. É um processo de fortalecimento técnico e também humano. A filha de Evanice estuda em uma escola próxima que participa das ações educativas do MOC, mostrando como tudo se integra: educação, território, produção e valorização do campo”.

Olhar da equipe alemã sobre o trabalho do MOC

A delegação alemã destacou a conexão entre o trabalho do MOC e os princípios da cooperação internacional.
Samantha, integrante da equipe e tradutora da comitiva, sintetizou essa percepção:

“O que vocês fazem aqui dialoga muito com o que chamamos de engajamento global. De um lado, aplicar a cooperação e os fundos internacionais. De outro, educar, formar, capacitar e fortalecer as comunidades. É muito significativo ver crianças aprendendo na escola e também em casa, conectando o que vivem no território com o que estudam e com as possibilidades de transformação que elas mesmas podem construir. É uma ação paralela e complementar que gera impacto real”.


Educação, agricultura familiar e meio ambiente caminhando juntos

A visita mostrou aos investidores que a soma entre educação contextualizada, fortalecimento comunitário e preservação ambiental produz resultados concretos. Nos olhos das crianças na escola, nas hortas cultivadas sob o sol do semiárido, nas conversas com as famílias e na força da Caatinga preservada, fica evidente como esses projetos apontam caminhos para um futuro mais sustentável, justo e promissor no Semiárido baiano.