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Desenvolvimento local e protagonismo juvenil, êxodo rural, educação do campo, ensino superior e acesso a terra - nos últimos anos, estes temas não saíram da rota de discussão pautada pela juventude rural. No intuito de implementar a inclusão deste universo juvenil nas políticas públicas nacionais e fortalecer o eixo de produção e do empreendedorismo local, diversas iniciativas foram e estão sendo criadas como forma de sustentar e garantir a permanência dos jovens produzindo em suas propriedades.

Neste sentido, projetos e programas de incentivo fazem o diferencial. "É uma metodologia inovadora de se pensar em desenvolvimento", garante Abdalaziz Moura da Organização Não Governamental SERTA (Serviço de Tecnologia Alternativa) de Pernambuco. "A juventude rural ganhou 'corpo'. Com acompanhamento, monitoramento e formação, ela hoje já pode ser considerada a força da discussão política dentro dos movimentos populares", diz Emanuel Sobrinho, técnico do sub-programa de Juventude do MOC.

Apesar das significantes ações, uma parte delas tendo os jovens como o principal ator e levando em consideração a base de fortalecimento do meio rural, a juventude, sobretudo a do campo, cobra iniciativas mais eficazes por parte do poder público. Ana Mariza Filipouski, do Núcleo de Integração Universidade e Escola da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) não só considera isso necessário, senão também dá a receita: "É apostar na construção de ações coletivas de protagonismo juvenil, através do desenvolvimento sustentável".

Experiência protagônica - Pela primeira vez na história das lutas populares de juventude no Brasil, os jovens do campo tiveram espaço oportuno para exporem idéias, discutirem a real situação do campo, bem como trabalharem na fomentação de propostas capazes de possibilitar a melhoria de vida dos jovens na Zona Rural. Tal espaço concretizou-se na I Jornada Nacional do Jovem Rural, realizada de 27 a 30 de setembro, no Centro de Treinamento e Eventos, em Gramado (RS), onde cerca de 300 jovens de 10 estados das cinco regiões brasileiras protagonizaram os espaços de discussão buscando entender, melhorar e aproveitar as oportunidades que o meio rural lhes oferece. Foram três dias de oficinas com temáticas voltadas para a realidade rural; grupos de trabalhos; painéis, e uma diversidade de experiência de varias iniciativas que estão dando certo.

"A Jornada teve sua importância elevada, não simplesmente por convergir jovens de toda parte do País, mas por possibilitar a discussão de demandas de juventude, pelos os próprios jovens", diz Fábio Reis, do PJPS (Projeto Juventude e Participação Social) no município de Quixabeira, região sisaleira da Bahia. A iniciativa para a I Jornada Nacional do Jovem Rural partiu do Instituto Souza Cruz (RJ). A proposta foi partilhada com mais sete entidades que desenvolvem experiências com juventude no meio rural e contou com a participação maciça de jovens de todo Brasil. (Agência Mandacaru)